sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os Protestos

Depois não venham dizer que ninguém anteviu, ou que não quis fazê-lo.
Diante da realidade do protestos reivindicatórios nas específicas regiões urbanas do país, o Governo brasileiro, em todos  os níveis dos três poderes, excluída as Forças Militares Nacionais, assumiu um comportamento passivo e observador para com a absoluta maioria de manifestadores pacifistas, e uma atitude restritiva para com a turba minoritária, violenta e desordeira.
O comportamento passivo do Governo é a conhecida inteligência da estratégia do detentor do poder de vencer pelo cansaço.
Ao sabor de um limitado tempo, qualquer protesto reivindicatório repetitivo tende a se tornar exaustivo e enfraquecedor, com os seus manifestadores voltando para a rotina cotidiana de suas modestas vidas individuais, e, mais uma vez, o Governo terá atingido seu objetivo de manter tudo como sempre esteve.
Reforça este posicionamento do Governo o percentual diminuto de aproximadamente 3,5% de manifestadores com relação à população recenseada das respectivas cidades.
Outrossim, uma facção da turba violenta e desordeira é o tentáculo partidarista oculto, que opera de acordo com os interesses do Governo, intimidando os manifestadores pacifistas.
Nas cidades em que o último aumento de preço dos transportes coletivos foi revogado, no devido tempo, os prepostos municipais e estaduais articularão, junto aos empresários do setor, as inevitáveis greves sindicais que deixarão a população sem meios de transporte, provocando um condicionamento coletivo quanto às necessidades de reajustes para manter um mínimo de funcionalidade operacional.
Quanto as demais reivindicações, abrangendo a educação, a saúde, e a segurança, etc., são esdrúxulas, porque demandam procedimentos de ordem legislativa, executiva, judiciária, e orçamentária, cujo tempo de elaboração compromete as mais inocentes esperanças.
Estes episódios não são inéditos, e nestes últimos sessenta anos o antigo Departamento de Ordem Política e Social documentou que fui coadjuvante em alguns.
Entretanto, todos esses movimentos foram derrotados pela indiferença do povo e pela força coercitiva da corrupção.
Aonde há dinheiro, há poder, e aonde há dinheiro e poder, há quem tem o seu preço, e consequentemente há o corruptor, o corruptível, e o corrupto.
A verdadeira revolução dos movimentos de protestos reivindicatórios começa e acontece na urna eleitoral, e na consciência numinosa de um povo determinado à escrever a própria história.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.