quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A eleição


28.10.2014, terça-feira, primavera no hemisfério sul.
A Eleição
Um número considerável de amigos cobrou do meu parecer quanto ao resultado da eleição presidencial, no domingo de 26.10.2014, no Brasil.
Durante a campanha eleitoral escrevi, no facebook, apenas, quatro comentários oposicionistas, objetivos, e educados.
Todos conhecem a elegância, a fidalguia, e o estilo irônico, presentes nas minhas argumentações, usadas como recursos lógicos, retóricos, e dialéticos, na tentativa de fazer com que meus discordantes, questionadores, e inimigos possam, de alguma forma, despertar para a prática da meditação reflexiva.
Nos demais, fui um observador crítico-racional isento de ufanismos partidários, de emoções de popular vulgaridade, e da absorção de doutrinas e conceitos políticos de minha natural rejeição.
Entretanto, compartilhei, no facebook e no gmail, as denúncias fundamentadas contra o governo presidencial, agora reeleito.
O total de 54.501.118 (51,64%) de eleitores reelegeram um governo presidencial com um passado nocente, uma idoneidade duvidosa, e um projeto político ideológico de poder absolutista.
O total de 51.041.155 (48,36%) de eleitores demonstraram querer mudanças, querer alternância de governos, e querer a preservação de uma república, verdadeiramente, democrática.
O total de 30.137.479 (21.10%) de abstenções, e o total de 1.921.819 (1,71%) de votos em branco, somaram 32.059.298 (22,81%) de eleitores pusilânimes, que não tiveram, sequer, a honradez e a dignidade de, como cidadão republicano democrático, assumir a responsabilidade social de ter votado, talvez, no menos pior.
O povo da República Federativa do Brasil começou a ser dividido no primeiro mandato presidencial do “doutor honoris causa” (várias vezes),  sr. Luiz Inácio Lula da Silva, e, agora, está mais dividido como “nunca antes na história deste país”, repetindo a frase axiomática do ex-presidente apedeuta, vencedor mais uma vez.
A presidente, sra. Dilma Rousseff, em seu primeiro pronunciamento, ao País, após sua vitória nas urnas, conclamou todos os brasileiros à união em torno dos seus projetos políticos, econômicos, progressistas, e sociais.
O Partido dos Trabalhadores, desde sua fundação, e durante as três primeiras eleições presidenciais, nas quais o sr. Luiz Inácio Lula da Silva foi derrotado, uma vez pelo sr. Collor de Mello, e duas vezes pelo sr. Fernando Henrique Cardoso, a conclamação, daqueles dois presidentes, à união de todos em benefício da governabilidade, foi recusada e respondida com o comportamento político radical de “terra arrasada” contra tudo e contra todos, porque, o, então, Partido, da falácia da égide da ética e da moral cívica, estava acima do bem e do mal.
Nas cerimônias de posse, duas do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira da sra. Dilma Rousseff, o povo não foi convocado à união porque o montante de votos da oposição era absorvível.
A realidade de uma diminuta diferença majoritária de 3.459.963 (3,28%) de votos, não acontecida nas últimas três vitórias presidenciais “petistas” , alertou a presidente reeleita da necessidade de conclamar todos os brasileiros à união, em torno do seu mandato, expressando, assim, a sua preocupação de que o povo brasileiro está perigosamente dividido.
A escondida verdade da história sociológica do Brasil revela, a qualquer pesquisador honesto, não engajado, que, desde o período colonial até a metade da segunda década do século XXI, o povo brasileiro sempre esteve , desumana e odiosamente, dividido em castas sociais: das oligarquias hibridas autocráticas regionais até as camadas mais exploradas, mantidas incultas e incapazes de sua própria auto determinação.
O sistema de escravatura evoluiu para poder permanecer, como de fato permanece através dos segmentos sociais que ainda tem medo da responsabilidade do livramento.
Coube ao sr. Luiz Inácio Lula da Silva o mérito de ter criado a ilusão da possibilidade do povo mudar de senzala, servindo à uma nova oligarquia política, oriunda da oligarquia do getuliano peleguismo sindicalista.
Durante doze anos de governo presidencial “petista”, foi constante a pergunta da presença da Oposição, a qual foi inoperante, medrosa, covarde, omissa, por vezes, conivente, e, sempre, litigante entre si. Somente nos últimos seis meses da campanha eleitoral é que a Oposição teve um comportamento mais coeso e obstante.
A exemplo do petismo, a Oposição precisa ter um comportamento político radical unificado de “terra arrasada” contra tudo e contra todos.
Em 2018, o sr. Luiz Inácio Lula da Silva será candidato à presidência da República, cuja campanha começará em junho de 2015, com o slogan de “Volta Lula”, objetivando aumentar a diferença majoritária da última eleição, utilizando todos os recursos viciosos e corruptíveis, sobre, principalmente, o universo de 32.059.298 (22,81%) de eleitores disponíveis.
Caso a Oposição permaneça desunida, desarticulada do povo, e discutindo o sexo dos anjos, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva voltará a ser o presidente da República Federativa do Brasil, de 2018 à 2026, quando, então, estará com 81 anos de idade, se ainda conseguir estar entre nós.
Depois não venham dizer que ninguém avisou.
Hárifhat, o poeta Sufi do deserto.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A falácia de Salamanca

29.04.2014, terça feira, outono.
A falácia de Salamanca
Logo após ao receber o título de doutor honoris causa da Universidade de Salamanca, Espanha, (23.04.2014), em entrevista com jornalistas portugueses, comentando o episódio político da Revolução dos Cravos, em Portugal, o ex-presidente da República Federativa do Brasil, ilustríssimo senhor Luiz Inácio Lula da Silva, "o apedeuta", declarou de i...mproviso: "o movimento viajou mais rápido ao Brasil do que as próprias caravelas do Cristovão Colombo".
Esta frase, de tão profunda sabedoria histórica, merece uma análise idiomática.
Metáfora é a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas.
Entre os diversos tipos de metáforas existem as relacionadas com a hipérbole.
Na frase do ex-presidente apedeuta, a hipérbole mantém com a metáfora uma relação semântica, que não pode ser dissociada uma da outra. A metáfora está na comparação sem o conectivo: o movimento era tão rápido "como se fosse igual" à velocidade das caravelas de Colombo. Isso forma, simultâneo, a hipérbole, quando não se pode conceituar um superlativo de rápido em comparação com um paradigma oposto e comprovadamente conhecido como muito menos rápido.
Dizer da rapidez do esquilo comparando-a com a rapidez do cágado,
é depreciar ou desconhecer a realidade dinâmica do primeiro.
A retórica é a arte de usar uma linguagem para comunicar de forma eficaz e persuasiva.
A retórica tem três componentes:
-Ethos, é a forma como o orador, por ter notável domínio sobre o tema em questão, convence o público.
-Pathos, é o uso de apelos emocionais para alterar o julgamento do público, o que pode ser feito através de metáforas e outras figuras de retórica.
-Logos, é o uso da razão e do raciocínio, quer indutivo ou dedutivo, para a construção do argumento.
Os apelos ao logos incluem, entre outros, a lógica, cujos os argumentos logicamente inconsistentes ou enganadores chamam-se falácias.
Tão ao gosto dos maiores lideres petistas, nunca antes houve, na história deste país, um elaborador de falácias mais produtivo e oportunista do que, o, diversas vezes, doutor honoris causa, Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois, não vão dizer que ninguém avisou, mais de uma vez.

Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Ao meu amigo, Padre Zezinho

O Amor incondicional.
Eu sou israelita, judeu sefardita, de origem ibérica. Assim sendo, sou da mesma etnia ancestral de Jesus e Maria, ambos judeus. Quando, com onze anos de idade, fazia escola dominical, preparatória para o "bar mitzvá", o rabino perguntou qual era o judeu mais importante da história, e eu respondi: Jesus. O rabino, admirado, pediu uma justificativa, e, respondi que deveria se-lo porque se falava de Jesus em todos os lugares e todos os dias. O rabino ficou satisfeito, posou a mão direita sobre minha cabeça e disse: Que o Altíssimo te abençoe meu filho. Este episódio marcou o fim de minha infância. Adulto, fui pesquisar este personagem emblemático chamado Jesus Cristo, e, através dele, fui levado à acrescentar estudos com relação ao personagem mais silencioso e enigmático do Novo Testamento, Miriam, mãe de Jesus, chamada de Maria. Este não é o espaço adequado para descrever o desenvolvimento de minhas investigações e estudos sobre estes ambos seres humanos transcendentais. O que merece destaque é a transformação provocada na minha vivência e no meu entendimento filosófico, teológico, e religioso, se não vejamos.Não aceitei e não aceito Jesus Cristo como meu salvador, mas, identificando-o como o Nazareno Rabino da Galiléia, é o meu mestre que maior espaço ocupa no âmago de minha consciência propensa à uma crítica racional do perdão. Quanto à Miriam, ou Maria, sua própria história é o testemunho da sua influência no mundo, como a presença da esperança filial de todo ser humano necessitado do numinoso do acolhimento materno, diante dos conflitos da incompreensão da sobrevivência cotidiana. Num determinado momento de devoção criei a prece: "Maria Santíssima, minha mãe, toda poderosa em sua infinita misericórdia e empatia, na sua manifestação maternal mais sublime, preponderantemente feminina e complementarmente masculina, que a si mesma se auto fecunda para gerar a Suprema Essência da natureza cósmica". Diante destas duas presenças celestiais sinto a minha razão, físico, sensação, emoção, psíquico, e espiritualidade absortos na contemplação do Altíssimo e das coisas do mundo sobrenatural. E, mesmo assim, não me converti, continuo israelita, judeu sefardita, de origem ibérica, porém, com uma convicção religiosa que me concede o livramento de todos os preconceitos e discriminações, graças à Virgem Maria Santíssima e ao seu divino filho, o Nazareno Rabino da Galiléia, exemplos definitivos do amor incondicional, que procuro aprender e apreender em todos os momentos da minha convivência com os meus irmãos maiores e menores, que a sincronização coloca nas encruzilhadas da vida.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.