segunda-feira, 5 de maio de 2014

A falácia de Salamanca

29.04.2014, terça feira, outono.
A falácia de Salamanca
Logo após ao receber o título de doutor honoris causa da Universidade de Salamanca, Espanha, (23.04.2014), em entrevista com jornalistas portugueses, comentando o episódio político da Revolução dos Cravos, em Portugal, o ex-presidente da República Federativa do Brasil, ilustríssimo senhor Luiz Inácio Lula da Silva, "o apedeuta", declarou de i...mproviso: "o movimento viajou mais rápido ao Brasil do que as próprias caravelas do Cristovão Colombo".
Esta frase, de tão profunda sabedoria histórica, merece uma análise idiomática.
Metáfora é a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas.
Entre os diversos tipos de metáforas existem as relacionadas com a hipérbole.
Na frase do ex-presidente apedeuta, a hipérbole mantém com a metáfora uma relação semântica, que não pode ser dissociada uma da outra. A metáfora está na comparação sem o conectivo: o movimento era tão rápido "como se fosse igual" à velocidade das caravelas de Colombo. Isso forma, simultâneo, a hipérbole, quando não se pode conceituar um superlativo de rápido em comparação com um paradigma oposto e comprovadamente conhecido como muito menos rápido.
Dizer da rapidez do esquilo comparando-a com a rapidez do cágado,
é depreciar ou desconhecer a realidade dinâmica do primeiro.
A retórica é a arte de usar uma linguagem para comunicar de forma eficaz e persuasiva.
A retórica tem três componentes:
-Ethos, é a forma como o orador, por ter notável domínio sobre o tema em questão, convence o público.
-Pathos, é o uso de apelos emocionais para alterar o julgamento do público, o que pode ser feito através de metáforas e outras figuras de retórica.
-Logos, é o uso da razão e do raciocínio, quer indutivo ou dedutivo, para a construção do argumento.
Os apelos ao logos incluem, entre outros, a lógica, cujos os argumentos logicamente inconsistentes ou enganadores chamam-se falácias.
Tão ao gosto dos maiores lideres petistas, nunca antes houve, na história deste país, um elaborador de falácias mais produtivo e oportunista do que, o, diversas vezes, doutor honoris causa, Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois, não vão dizer que ninguém avisou, mais de uma vez.

Hárifhat, o poeta sufí do deserto.