sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Minha é a escolha do Inimigo

Para que não se diga que falei de flores, só depois...

Eu lhe sou um inimigo fidagal.
Não lhe sou anti, porque se assim o fosse estaria apequenando-me.
Para ser o inimigo é necessário que se esteja cônscio da própria grandeza.
Este é um dos inúmeros, dos quais lhe sou inimigo, porém, este é o maior de todos.
Entretanto, para que se lhe possa ser o inimigo, é imprescindível que se tenha o pleno conhecimento da natureza física, sensitiva, emocional, psíquica e espiritual do seu adverso.
Este, de quem sou inimigo, é luciferinamente luminoso, belo, sedutor e envolvente, como se fora um vício.
Enquanto inimigo, protejo e defendo a sobrevivência das idiossincracias formadoras da essência da minha irruente personalidade.
Enquanto inimigo, estou imune da miscigenação intelectual.
Enquanto inimigo, estou consciente da sua energia, força e poder, cultivadas, emanadas, e expandidas de um segmento e de um seguimento apaixonadamente popular.
Como tudo que é gigantesco, o virtuoso e o vicioso se equiparam.
Este, de quem sou inimigo, é um patrimônio.
Este, de quem sou inimigo, representa a si mesmo.
Este, de quem sou inimigo, nem sabe que existo, porém...
Este, de quem sou inimigo, faz parte da minha esperança de que, daquelas distantes e estranhas terras, ele retorne como... Corinthians Campeão.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Meditação Transcendental

A idéia é que toda e qualquer forma de manifestação e expressão da natureza micro ou macrocósmica emite uma frequência de energia.
Por ressonância, uma específica energia própria do ser humano microcósmico vibra na mesma sintonia de alguma das infinitas e específicas energias próprias da natureza micro e macrocósmica.
O princípio da ressonância com a Divindade ou com a energia cósmica deve sua aplicabilidade universal à perfeita sintonia existente entre o ser humano microcósmico e a Criação micro e macrocósmica.
O chamado caminho secreto, o caminho do meio, para elevar-se à meditação transcendental, está na ressonância resultante da contemplação, concentração e meditação do uso integrado, inteirado e interagido do mantra, do yantra e do japamala.
O processo de ressonância é estabelecido pela contemplação, concentração e meditação sobre a mensagem e o som do mantra, sobre a imagem do yantra e sobre a prática do japamala.
Enquanto a mente está em sintonia com as figurações específicas associadas ao mantra, ao yantra e ao japamala, os fluxos da energia numinosa místico-espiritual das percepções psíquicas emocionais e simpáticas se expandem, mas quando a ressonância é interrompida a energia cessa.
O mantra, o yantra e o japamala, em si mesmos, não representam nada, são apenas expressões axiomáticas tradicionais e metáforas mitológicas.
Quando atribuímos ao mantra, ao yantra e ao japamala poderosas energias místico-espirituais estamos conceituando metáforas mitológicas sem uma análise crítico-racional.
A energia místico-espiritual é um dos componentes específicos e exclusivos do ser humano, em estado natural e em latência.
O mantra, o yantra, e o japamala são, na realidade, recursos culturais criados progressivamente através dos tempos imemoriais, e usados para o desenvolvimento da plenitude dos percepções psíquicas emocionais e simpáticas da consciência numinosa místico-espiritual, rumo a meditação transcendental com a Consciência Divina.
Cada mantra tem seu yantra.
Cada mantra tem seu japamala.
Cada mantra é formado por uma ou várias palavras, cuja composição literária e cadência recitativa tem vários estilos ritmados pelo japamala e consagrados pela tradição milenar.
Entretanto, em que pese a obediência aos parâmetros herdados, a cada oração, cada praticante tem uma compreensão e uma execusão interpretativa idiossincrática, o que faz com que sua trajetória rumo à meditção transcendental seja especificamente singular, mesmo porque a Suprema Consciência não se repete em suas divinas criações.
Uma programação objetiva
Faça uma programação de 40 dias, com três práticas por dia, uma de manhã, uma à tarde, e uma à noite, com um mantra, seu yantra e seu japamala integrados, inteirados e interagidos, se possível aproximadamente na mesma hora e local, ao fim do qual o praticamente vivenciará transformações pessoais extraordinárias correspondentes aos objetivos numinosos que foram previamente auto-estabelecidos.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

Japamala

Em sanscrito, japa significa repetição; mala significa colar de contas; japamala significa colar de contas usado na recitação ou canto contínuo e repetitivo de um mesmo mantra.
O japa é a recitção ou o canto de um mesmo mantra, verbalizado, sussurrado ou mentalizado contínua e repetitivamente por 108 vezes, objetivando controlar a atividade e as flutuações ininterruptas dos pensamentos comuns, e direcionar o foco mental do praticante - sádhaka - para a contemplação, concentração e meditação.
A verbalização é inferior ao sussurro, e este é inferior à mentalização.
Ao japa é atribuído um fator místico formado pela vontade numinosa e pela vibração sonora dos fonemas do mantra emitido.
O japa tem um fator corporal formado pelo sistema respiratório e pelo sub-sistema de emissão da voz.
Ambos fatores, místico e corporal, formam uma unidade geradora da percepção psíquica emocional.
O mala é um instrumento feito com 108 pequenas contas, e mais uma conta diferenciada, furadas no meio, unidas por um cordão, formando um colar com 109 contas, o qual é manipulado para marcar o ritmo e a sequência numérica das 108 repetições de um mesmo mantra.
A conta diferenciada chama-se Merú - a divindade - a qual, ornada com fios coloridos, em geral vermelho, fica fora das 108 contas, unindo o começo e o fim do japamala.
Ao mala é atribuído um fator místico formado pela vontade numinosa e pela vibração dos movimentos manuais.
O mala tem um fator corporal formado pela estrutura óssea, nervosa e muscular específica das mãos.
Ambos fatores, místico e corporal, formam uma unidade geradora da percepção psíquica simpática.
O uso do mala
Segure o mala com o dedo médio da mão direita e passe as contas com o dedo polegar.
Puxe as contas um sua direção com o dedo polegar.
Comece o japamala pela primeira conta após o Merú.
Ao final, não passe por cima do Merú, gire e volte o mala e comece o novo japamala.
O mala não encostará no chão, e nem na sola dos pés; se necessário, segure-o com a mão esquerda logo acima do umbigo.
Misticamente o dedo indicador simboliza o "ego", razão pela qual não deve ser usado.
Misticamente o Merú simboliza a Divindade, razão pela qual não podemos passar por cima.
A prática do japamala
Diariamente, a prática - sádhama - de um japamala - 108 repetições de um mesmo mantra - gera percepções psíquicas emocionais e simpáticas, as quais influenciam progressivamente o inconsciente no sentido da contemplação, concentração e meditação nos componentes, elementos e fatores numinosos, místico-espirituais e ontológicos da meditação transcendental do praticante - sádhaka.
Continua no A Meditação Transcendental
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Gayatri Mantra

O Gayatri Mantra é, depois do Mantra AUM-Om, o mais poderoso mantra dos Vedas, é o Mantra da Iluminação.

O Gayatri Mantra é devotado à deusa Gayatri, a Mãe dos Vedas, e foi criado para receber as vibrações solares que nos trazem vida, vigor e dinamismo.

O Gayatri Mantra surgiu pela primeira vez no Rig Veda, que foi escrito, em sanscrito, à 2500-3500 antes da era cristã.

O Gayartri Mantra é aplicavél universalmente porque é uma pronúncia específica, de louvor e de poder, pedindo a iluminação do nosso intelecto, Luz esta que traz o estímulo das energias vitais, e a liberdade do raciocínio lógico e da consciência espiritual.

A deusa Gayatri é a eliminadora da ignorância, origem de todos os conflitos, e não existe nada mais virtuoso do que o Gayatri Mantra, o qual atrairá a sabedoria divina para todo aquele que o recitar ou cantar com determinação e constância.

A palavra Gayatri é composta de duas palavras:
- Gaya: energia vital;
- Trayate: proteção e liberdade.

O Gayatri Mantra é composto de três frases, e oito sílabas cada frase, num total de vinte e quatro sílabas.

A frase
"Om Bhur Bhuvaha Suvaha"
é uma saudação antes do mantra.

Om-AUM:
- é a manifestação do som primordial do Criador do Universo.
A - Brahama - a criação
U - Vishnú - a conservação
M - Shiva - a tranformação

Bhur: Suprema Essência Una do mundo material
Bhuvaha: Suprema Essência Una do mundo espiritual
Suvaha: Suprema Essência Una do mundo divinal

Bhur Bhuvaha Suvaha são os três níveis da existência:
o macrocosmo, a humanidade, e o microcosmo.

Bhur Bhuvaha Suvaha são os três movimentos da natureza:
- inércia (tamas), ação (rajas), equilíbrio (satva).

O Gayatri Mantra

Tat Savitur Varenyam
Bhargo Dhevasya Dheemahi
Dhiyo Yo Naha Prachodaiat

Tat: Suprema Essência Una da Emanação;
Savitur: Suprema Essência Luminosa do Intelecto;
Varenyam: Suprema Essência Numinosa da Alma

Tat Savitur Varenyam é a Suprema Essência Una:
- da existência de tudo que lhe é contido;
- da consciência de tudo que lhe é acontecido;
- da totalidade de tudo que lhe é absoluto.

Bhargo: Suprema Essência Una da realidade;
Dhevasya: Suprema Essência Una da divindade;
Dheemahi: Suprema Essência Una da meditação.

Dhiyo: revelação da Suprema Essência Una
Yo: alma
Naha: nosso
Prachodaiat: pedido do êxtase

Versão intuitiva de Cortijo, Roberto

Que a Vontade Divina da Suprema Essência se manifeste em nós, eliminando a ignorância.
Que a luz solar da Suprema Essência se manifeste em nós, iluminando o caminho virtuoso da consciência desprendida.
Que o êxtase sagrado da Suprema Essência se manifeste em nós, absorvendo a alma sublimada na numinosa Consciência Una da natureza côsmica.
Gayatri é uma das formas da Shakti - Poder Criativo da Consciência - de Brahma, de Vishnú, e de Shiva.
Gayatri é a energia expansiva do Om.

O Gayatri Mantra é atríbuido às deusas Gayatri, Savitri e Sarasvati.
Gayatri governa os sentidos;
Savitri governa a energias vitais;
Sarasvati governa a perfeita espressão, harmonia e unidade.

Gayatri Mantra - pronúncia escolhida

 1      2      3     4      5      6      7      8  
om   bur   bu    va    ha    su     va    ha

 ta    tsa   vi    tur    va    re     ni    am

bar    go   de    va    cia    di    ma    hi

diio    io   na    ha    pra   cho   da    ia

Numinoso: é o estado religioso da alma inspirada pelas
                 qualidades transcendentais da divindade.

Recomendação
Shanti: paz

Encerrar o Gayatri Mantra entoando três vezes o Mantra da Paz:
- Om Shânti, Shânti, Shânti.

Continua no Mantra.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.