quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Karin Melo de Castro Cortijo

28.12.2016.
Pensamento do Dia
Hoje faz 61 dias que minha nora, Karin, faleceu, fisicamente.
Em 27.10.2016, no período da tarde, levado pelo meu filho, fui ao hospital, visitar minha nora, Karin, que estava internada acometida de uma severa enfermidade.
Ela estava absolutamente lúcida, e o nosso colóquio foi circunstanciado pelo afeto que sempre existiu entre nós dois.
A minha mão esquerda segurou-lhe a mesma, e com o dedo médio, de minha mão direita, toquei seu pulso para injetar uma quantidade de energia emocional e quântica que lhe pudesse ser benéfica, diante daquela situação incontrolável.
Beijando seu rosto pálido, disse-lhe suave: “Você ficará boa”, e ela aprovou com um olhar esperançoso e com um sorriso afirmativo.
Em determinado momento nosso contato físico foi obstado por uma intromissão abruta que não tem méritos para ser descrita neste testemunho.
Naquele inusitado instante, Karin assomou do que lhe restava de sua conhecida personalidade e eloquência, combativa, corajosa, franca, e indomável, em defesa de minha pessoa, seu sogro, em uma demonstração de um profundo amor filial, nunca suspeitado.
Esta foi a sua derradeira expressão racional, física, emocional, psíquica, e espiritual, porque, em seguida, foi sedada para que não sofresse.
Foi a maior demonstração de um amor gratuito, genuíno e gratificante que poderia receber, ainda que derradeiro e definitivo.
Ainda que eu viva todos os tempos do meu tempo, e para onde quer que eu palmilhe ao encontro do Caminho da Jerusalém Sagrada , jamais se apagará, em mim, a memória daquele remanescente episódio numinoso.
No dia 28.10.2016, às 11:50 da manhã, Karin nos deixou, sem ter recobrado a consciência.
No dia 29.10.2016, às 11:00 da manhã, Karin foi cremada, conforme seu desejo.
Hoje, faz 61 dias que minha nora faleceu, e ela é lembrada todos os dias, como uma presença ainda viva.
Parece que aguardo seu telefonema, e que escuto sua voz, delicada e gentil, dizendo: “Oi, sogro”, tudo bem?
Parece que aguardo sua pessoa no portão de casa, anunciada pelos latidos de Max, que sempre lhe foi muito festivo.
Minha nora, Karin criou, em mim, um espaço que não ficará vazio porque permanece inédito.
Minha nora, Karin, só porque partiu, não se tornou perfeita, todavia, aprendi a cultivar suas qualidades emergentes, e a compreender a maioria de seus desequilíbrios existenciais , e, se assim fiz, a princípio, pela felicidade matrimonial de meu filho, com o transcorrer do tempo, os usos e costumes cotidianos fizeram com que, a “espanholinha” fosse acolhida pelo sentimento paternal do velho sogro.
Em minha vida, esse acontecimento não será repetido, porque as pessoas são únicas e imprevisíveis, virtuosas e viciosas, e os atos e fatos, constituintes da vida, ocorrem nas concordâncias e nos conflitos simultâneos provocados pela sincronicidade determinante dos acontecimentos sempre previsíveis, e, teimosamente, sempre ignorados pelos interesses temerários dos seus incautos protagonistas.
Em junho de 2016, Karin pediu-me que fizesse um CD, no qual fosse gravado a canção napolitana Core ‘Ngrato, uma de suas preferidas.
No recital de 19.07.2016 cantei aquela música, mas o CD não ficou pronto antes de sua partida.
Nesta data, diante de sua presença espiritual, reverencio musicalmente minha nora, Karin, sabendo que lá no assento eterno, onde subiu, estará apreciando três das músicas que mais gostou ouvir cantada pelo seu velho sogro.
Yaakov, o sefardita.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Cordeiro Pascal.

04.12.2016.
Pensamento do Dia
O meu natal será comemorado com a morte e o consumo de cordeiros assados, como era o costume da Pascoa Judaica, na época de Jesus, o Messias,
Na nossa modernidade, o cordeiro vem sendo substituído por outros tipos de animais (mamíferos, aves, peixes), porque o custo de cordeiros é proibitivo.
Não acho que o consumo de animais seja o testemunho de hipocrisia e falta de humanidade.
A desumanidade esta na forma como os animais são tratados na engorda, e na forma como são sacrificados.
A Bíblia, ou a chamada Sagradas Escrituras, como queiram, na parte do Deuteronômio, Jeová determina quais os animais que podem ser consumidos.
Assim sendo, quem esta certo?
Jeová, O Todo Poderoso, criador de todos os seres e de todas as coisas, ou os vegetarianos e veganos, míseros terráqueos, querendo subverter as ordens divinas transmitidas ao povo escolhido através da intermediação do grande legislador hebreu, Moisés.
Eu, particularmente, tenho paladar para carne, mas, por determinações das liturgias e ritualísticas místico-espirituais, que pratico, estou proibido de consumi-las, porque estaria ingerindo cadáveres.
Entretanto, não tenho autoridade ética e moral para condenar os consumidores de produtos de origem animal (de qualquer espécie).
Na verdade cotidiana, me é mui grande o número de atendimentos de pessoas com sérios problemas de miasmas emocionais, cujo tratamento metafísico exige uma dieta rigorosamente vegetariana. Todavia, é insuficiente o vegetarianismo, ou o veganismo, se continuarmos antropófagos.
Yaakov, o sefardita.