domingo, 16 de abril de 2017

A lágrima derramada.

16.04.2016.
Pensamento do Dia.
Não sei quem disse que as lágrimas, por mais triste de sejam, são sempre verdadeiras. 
Entretanto, esta afirmativa se baseia em uma visão ingênua da realidade.
Se não vejamos: o bem e o mal são os polos opostos de uma mesma energia natural, cujo ponto de equilíbrio não é sempre o meio, mas é aquele instante em que se produz satisfação do desejo.
Na busca dessa satisfação todos os recursos são considerados válidos, porque o fim sempre justificará os meios.
O derramamento de lágrimas é um recurso de grande poder sensitivo e emocional para obscurecer a critica racional.
A história da humanidade vem sendo redigida com lágrimas e sangue.
Se a maioria das lágrimas fossem verdadeiras, muito menos sangue inocente teria sido derramado.
Outrossim, em se tratando em sangue derramado, é interessante observar, que na tragédia da vermelha coloração se misturam a seiva do inocente, do ingênuo, do salvo, do criminoso, do culpado, e do condenado.
Na falta da capacidade de diferenciação, a impunidade humana continua, como um resultado fatídico da indiferença dos deuses antropomórficos e antropopáticos.
Áfiar, o bardo.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Amor ao próximo.

13.04.2017.
Pensamento do dia.
Amar uns aos outros não é um ensinamento exclusivo de Jesus. 
O Messias, apenas, relembrou o que havia sido ensinado por outros educadores.
Mas é impossível amar os outros sem julgar o merecimento alheio, e sem julgar a própria capacidade de faze-lo.
Jesus, em termos dos íntimos recursos humanos de cultivar o amor incondicional, ignorou os princípios mais básicos da reciprocidade.
Francisco Xavier segue o caminho do Nazareno, sem uma análise atualizante.
O amor sem crítica racional é uma expressão exacerbada do emocional, com consequências previsíveis de desequilíbrio psicológico.
Como poder-se-ia amar, por exemplo, um pedófilo, um estuprador, um torturador?
Esse empasse é sempre respondido como a resultante da ausência da fé.
A fantasia do amor incondicional, sustentado pela fé, é o sistemático comportamento emocional, político-religioso dos dominadores sobre as sociedades condicionadas a terem medo da liberdade do poder do pensamento racional.
O axioma do amor ao próximo é tão distante da realidade que nunca se deixou de se cometer tantas atrocidades, e nunca se derramou tanto sangue e lágrimas, no decorrer da história da humanidade, em nome de um sentimento, só aparentemente, salvador.
Diante desse empasse pergunta-se: qual a solução?
Não há uma solução mágica.
O ser humano é uma fera insaciável, que luta para domar a si mesmo, usando, ainda, o único instrumento conhecido, e disponível, a dor.
Yaacov, o sefardita

domingo, 9 de abril de 2017

Quando o ego ignora o nós.

09.04.2017.
Pensamento do Dia.
Para que pudesse sobreviver, aquele personagem idiossincrático, recorreu a mentira. 
Em um mundo de mascarados, mentir é um ato de inteligência.
E continua mentindo, mesmo durante, e após, o pronunciamento.
As únicas paragens onde a mentira é minoritária é nas regiões aonde atuam os Médicos sem Fronteiras.
Nesses espaços a mentira é vencida pela miséria absoluta, pela desumanização social, e pela morte de misericórdia e da empatia.
Os Médicos sem Fronteiras não tem tempo de pensar em suicídios porque a guerra, entre outras, contra a mortalidade infantil, é uma somatória cotidiana de batalhas perdidas.
O homem ao criar "deus" à sua própria imagem e semelhança, criou uma plêiade de anjos intermediários incapazes dos milagres realizados pelos Médicos sem Fronteiras, porque estes são possuídos da ousadia dos canalhas..
Yaacov, o sefardita.