segunda-feira, 11 de maio de 2015

Mantra

Em sanscrito, Man significa mente; tra significa liberação; mantra significa liberação da mente.
Quando a Consciência Divina se manifestar a primeira expressão é a vibração do som.
Brahma é o som do qual se alimenta o universo.
O Mantra é um aspecto divino na forma da vibração do som.
O Mantra é uma palavra ou uma frase sagrada, recitada ou cantada repetitivamente, com profunda contemplação, concentração e meditação, cuja vibração vocal sonora, alta ou baixa, e a respiração pulmonar são executadas juntas na prática mântrica.
Emitido correto, o mantra causa um efeito salutar na mente e no corpo, em especial na glândula pituitária, expandindo energidas de vibração superior, e restringindo as energias de vibração inferior.
Estrutura funcional do mantra
1 - O mantra tem um profeta - drashta -, o qual, nos tempos primordiais, recebeu a revelação e revelou-o ao mundo.
2 - O mantra tem uma métrica - chandas - que determina a inflexão da voz.
3 - O mantra tem uma deidade - devata - de poder divino.
4 - O mantra tem uma semente - bija - que é uma ou várias palavras de poder.
5 - O mantra tem uma Sakti que é a energia da vibração do som.
6 - O mantra tem um suporte oculto - kilaka - que será um suporte revelado - chaitanya - através da repetição do mantra.
Como usar o mantra
O mantra será percebido pelo cérebro através dos orgãos sensoriais.
1 - Crie imagens do mantra e coloque-as em lugares visivos.
2 - No mínimo, 2 vezes por dia, no espelho, diga o mantra aos seus olhos.
3 - No mínimo, 1 vez por dia, numa folha de papel, com a melhor letra legível, escreva o mantra de 10 à 15 vezes.
4 - Fora do espelho, várias vezes por dia, alto ou baixo, diga o mantra, procurando sentir a vibração emocional do som dos fonemas do mantra.
A base da operação do mantra é uma radiação mental chamada "energia do som" ou "som da energia".
Continua no Yantra.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

Yantra

A palavra yantra significa apoio, instrumento.
O yantra é a expressão física de um mantra através de uma figura geométrica.
O yantra é o símbolo de um aspecto da Suprema Divindade.
Os yantras místicos revelam a base íntima das formas universais.
A função do yantra é simbolizar a revelação das verdades cósmicas.
O yantra é um desenho geométrico usado como um instrumento perceptivo na prática da contemplação, concentração e meditação.
O yantra fornece à mente um ponto focal que é um portal exterior e interior para a Consciência Absoluta.
O yantra é uma imagem microcósmica do macrocosmo.
O yantra é focado numa determinada divindade e nos seus específicos centros de força criadora do universo.
A base da operação do yantra é uma radiação mental chamada "energia da forma" ou "a forma da energia".
Estrutura funcional do yantra
1 - Contorno yantrico                        
2 - Ponto - bindu
3 - Triângulo - trikona                       
4 - Estrela de 6 pontas - shat kona
5 - Círculo - chakra                            
6 - Quadrado - bhupura
7 - Lotus - padma

1 - Controle yantrico
Delimita seu perimetro para conter e evitar perda de forças mágicas simbolizadas pela estrutura do núcleo do yantra, o ponto central.

2 - Ponto - bindu
Simboliza a energia focalizada; o ponto é rodeado por diferentes desenhos geométricos simbolizando as características da divindade e os aspectos específicos do yantra.

3 - Triângulo - trikona
O triângulo com ponta para baixo - Shakti Kona - simboliza a água, e a Yoni, orgão sexual feminino símbolo da fonte suprema do universo.
O triângulo com a ponta para cima - Shiva Kona - simboliza o fogo - Agni tattva - e a aspiração espiritual.
A união dos dois triângulos simboliza a interação dinâmica de ambas energias; os espaços vazios, surgidos dessa união, simbolizam campos de forças operacionais emanadas do ponto central do yantra.

4 - Estrela de 6 pontas - shat kona
Simboliza a união do Ser Supremo - Purusha - com a Mãe Natureza - Prakriti -, ou Shiva Shakti, fonte da Criação.

5 - Círculo - chakra
Simboliza o ar - Vayu tattva -, o movimento espiritual da evolução macrocósmica e a perfeição do vazio criativo.

6 - Quadrado - bhupura
Simboliza a terra - Prithivi tattva - e o limite exterior da yantra; simboliza a evolução universal a partir do sutil - "eter" - e terminando no grosseiro - "terra".

7 - Lotus - Padma
Simboliza a pureza da Divindade, e cada pétala simboliza um componente virtuoso da liberdade de ação da vontade absoluta do Ser Supremo.
Continua no Japamala
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

O Racismo

Fui um executivo de imenso sucesso. Contratava meus auxiliares após um contato pessoal com os mesmos, quando analisava os critérios de seleção, aplicados pelo departamento de recursos humanos, que resultavam na apresentação daqueles candidatos. Foram muitas as vezes em que contratei profissionais negros com qualificação inferior e potencial superlativo. A diretoria do departamento de recursos humanos questionava minhas escolhas alegando serem contrárias à conservação do nível cultural da organização. Todos os profissionais negros que contratei se desenvolveram, técnica e intelectualmente, acima do esperado. Alguns se tornaram líderes, instrutores, e gerentes. Por falta de vaga para todos, outros foram contratados pelos nossos concorrentes. Entretanto, enfatizo uma abordagem feita logo após a admissão do profissonal negro. Dizia-lhe: Pedro, ou João, ou José, ou qualquer outro nome, não se esqueça jamais que você não é "de cor", você é negro, e tenha o mais profundo orgulho em ser negro, e exija ser respeitado como tal. Exija dos seus colegas o mesmo respeito que lhe tenho. Tenha consciência de que o contratei também porque você é um negro brasileiro, e não um afrodescendente. Esta foi uma das minhas contribuições ativistas contra o racismo neste país. Todavia, isto não tem mérito porque, reencarnatoriamente, nasci amando tanto a raça negra que tenho filhos mulatos. E só um branco, pai de mulatos, sabe como é amarga a lágrima derramada ao ver seus filhos serem discriminados por uma sociedade falaciosa, hipocrita, e doente, que persiste em negar e esconder a contribuição civilizatória de um dos mais significativos segmentos étnicos de sua formação como um povo multirracial.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.

O preconceito


Quero completar o artigo do articulista, Rodrigo Cortijo, contando uma história acontecida na, então, escola Atual. Morávamos à mil passos da escola. Minha falecida ex-esposa, Aparecida Fátima Fracassi, mulata de beleza impar, sempre buscava nossos filhos vestida com o cotidiano doméstico. Fátima era mais escura que os filhos, e estes tinham acentuada fisionomia semita paterna. Naquele dia, ao entregar as crianças, a professora pediu para que Fátima avisasse à mãe dos alunos para vir ao colégio, no dia seguinte, para tratar de assuntos correlatos. No dia do aprazado, Fátima, toda produzida, foi à reunião. A professora, diante daquela figura afrodescendente, altiva, dominante, bem vestida, e belíssima, pediu, constrangida, veementes desculpas pelo equívoco. Fátima, do alto de sua vingança, respondeu: Eu entendo, não se preocupe, faz muito tempo que estou acostumada com esse tipo de comportamento. O articulista, Rodrigo Cortijo, é um moreno escuro, avermelhado, próprio dos beduínos do Oriente Médio, como o seu pai, e seus avós paternos. Sua irmã, Roberta Fracassi Cortijo é uma morena clara, amarronzada, própria dos afrodescendentes, ainda que tenha traços fisionômicos dos árabes nômades do deserto. Certa vez, Rodrigo Cortijo, desejoso de se mudar para os Estados Unidos da América do Norte, aconselhei não faze-lo, porque, fatalmente, seria identificado com um terrorista islâmico. O preconceito e a discriminação não são questões educativas, são recursos sócio- econômico-financeiros, através dos quais a sociedade dominadora arregimenta mão de obra escrava. Tenho dois grandes amigos, "Todo Mundo e Ninguém". Em termos de preconceito e discriminação, Todo Mundo esconde e Ninguém fala que a gênese do terrorista internacional esta no fundamentalismo, como uma resposta revoltante contra a escravatura dos povos mantidos utilitariamente em uma civilização ainda primitiva. O terrorismo não é o veículo adequado, mas é o único que a sociedade dominante deixou, temporariamente, ser a única alternativa extrema, ditada pelo desepero daqueles que nascem, vivem, e morrem sem a esperança de serem reconhecidos como seres humanos. A máxima do herói escravo romano Spártaco nunca foi tão moderna: "Prefiro morrer lutando pela liberdade do que viver abjectamente como escravo".
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.