sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O que é o amor.

01.11.2019.
Pensamento do Dia.
O amor vem sendo glorificado desde sempre, e, mesmo assim, as demonstrações do verdadeiro amor continuam diminutas em todas as gerações. Mas, o que é o verdadeiro amor? Cada ser humano, em sua alteridade, é um universo de sentimentos conflitantes e contraditórios. O amor é identificado com tantas emoções heterogêneas que recorremos a critica racional para tentar construir uma definição equânime. Particularmente, descobri, com muito sofrimento, que o amor é infinito, perene, atemporal, e ocupa e desocupa todos os espaços. Quando me recordo, com ódio, de um amor acabado, é porque ainda estou amando com a mesma intensidade da recordação. O amor só pode ser esquecido com a indiferença, desde que esta não seja a máscara do inconformismo. Certa vez, me apaixonei por uma mulher de singular beleza física e ética, e não tinha, na época, como usufruir desse sentimento. Justifiquei, à mulher amada, que a partir de então, era inevitável minhas reações, de carinho, preocupação e afeto, ditadas por um amor numinoso, desprovido de interesses mesquinhos. Fui compreendido, e essa situação, de recorrente amizade, permaneceu por três anos. Hoje, por vinte quatro anos, essa mulher leva meu nome e é mãe de nossa querida filha. Tudo aconteceu por um amor sustentado pela honra. Este amor que me faz ser jovem, com vistas para o futuro infinito, alimenta os imortais amores que permanecem vivos na minha saudade. Fernando Pessoa é o maior teólogo do amor: "Navegar é preciso, o amor não é preciso".
Jáagora, o peregrino.

Umbanda, Candomblé, Magia do Caos.

Pensamento do Dia.
De acordo com o entendimento que uma grande gama de adeptos demonstra ter das religiões afro-brasileiras, as mesmas poderiam ser abrangidas pela Magia do Caos. Levando-se em apreço a profundidade das crenças, do magista, deveria ser possível esse paralelismo. Todavia, no Candomblé, como na Umbanda, inexiste o magista. No Candomblé, onde não há incorporação em médiuns, os adeptos sensoriais, que recebem as imanações das Divindades, são, exclusivamente, filhos dos Orixás através das predestinações reencarnatórias, reveladas pelo jogo de búzios, e confirmadas pelas feituras de cabeça, após os recolhimentos nas camarinhas. No Candomblé, tudo é definido pela leitura do jogo de búzios, exposto pelo Orixá Orumilá, e determinado, conduzido, e vigiado pelo Orixá Exú. Dentro da teologia candomblecista não há espaço para a prática da Magia do Caos. Os Orixás, personificações das energias potenciais da natureza, não podem ser transformadas em servidores astrais, individuais ou públicos, porque, os mesmos, são cultuados como Divindades absolutas e determinantes da conduta e comportamento de seus filhos. O Candomblé não é uma escola formadora de magistas. O Candomblé é, ele próprio uma fantástica magia natural que prove e protege seus adeptos. A Umbanda, que não é uma religião afro brasileira, foi criada em 16 de novembro de 1918, no distrito de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através de seu primeiro médium Zélio Fernandino de Morais, teve, no decorrer desses cento e hum anos, diversos segmentos, os quais mantiveram intacta sua teologia original de servir para a caridade irrestrita e incondicional à todos os necessitados físicos, espirituais, emocionais, e psíquicos. Seus fieis são médiuns de incorporação. Suas entidades são caboclos, caboclas, pretos e pretas velhos, crianças, e outros componentes. Os Orixás da Umbanda, em número menor, são diferentes do Candomblé, e os exús não são divindades. A Umbanda, também, não forma magistas, e seus médiuns são voluntários colaboradores na prestação da caridade, não sendo possível transformar as entidades em servidores astrais, individuais e coletivos, disponibilizados para interesses exclusivos. Portanto, dentro de minha ótica, fundamentada em cinquenta anos de lida, as teologias, tanto do Candomblé como da Umbanda, são incompatíveis com as normas da Magia do Caos. Querendo um magista do caos adequar as divindades e entidades candomblecistas e umbandistas ao servilismo da Magia do Caos, precisaria ser iniciado nos mistérios de ambos os segmentos, quando, então, verificaria a grandeza da incompatibilidade, e dos riscos, desastrantes, em querer utilizar e confinar forças energéticas numinosas, com vida própria e independentes, aos interesses e às vontades menores dos seres humanos. Todavia, meu conhecimento e empirismo podem estar superados, diante de observações, demonstrações, experiências, e ensinamentos filosóficos, teológicos, imanentes, e transcendentes desvinculados do egocentrismo dominante, do momento atual.
Jáagora, o peregrino.