sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Umbanda, Candomblé, Magia do Caos.

Pensamento do Dia.
De acordo com o entendimento que uma grande gama de adeptos demonstra ter das religiões afro-brasileiras, as mesmas poderiam ser abrangidas pela Magia do Caos. Levando-se em apreço a profundidade das crenças, do magista, deveria ser possível esse paralelismo. Todavia, no Candomblé, como na Umbanda, inexiste o magista. No Candomblé, onde não há incorporação em médiuns, os adeptos sensoriais, que recebem as imanações das Divindades, são, exclusivamente, filhos dos Orixás através das predestinações reencarnatórias, reveladas pelo jogo de búzios, e confirmadas pelas feituras de cabeça, após os recolhimentos nas camarinhas. No Candomblé, tudo é definido pela leitura do jogo de búzios, exposto pelo Orixá Orumilá, e determinado, conduzido, e vigiado pelo Orixá Exú. Dentro da teologia candomblecista não há espaço para a prática da Magia do Caos. Os Orixás, personificações das energias potenciais da natureza, não podem ser transformadas em servidores astrais, individuais ou públicos, porque, os mesmos, são cultuados como Divindades absolutas e determinantes da conduta e comportamento de seus filhos. O Candomblé não é uma escola formadora de magistas. O Candomblé é, ele próprio uma fantástica magia natural que prove e protege seus adeptos. A Umbanda, que não é uma religião afro brasileira, foi criada em 16 de novembro de 1918, no distrito de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através de seu primeiro médium Zélio Fernandino de Morais, teve, no decorrer desses cento e hum anos, diversos segmentos, os quais mantiveram intacta sua teologia original de servir para a caridade irrestrita e incondicional à todos os necessitados físicos, espirituais, emocionais, e psíquicos. Seus fieis são médiuns de incorporação. Suas entidades são caboclos, caboclas, pretos e pretas velhos, crianças, e outros componentes. Os Orixás da Umbanda, em número menor, são diferentes do Candomblé, e os exús não são divindades. A Umbanda, também, não forma magistas, e seus médiuns são voluntários colaboradores na prestação da caridade, não sendo possível transformar as entidades em servidores astrais, individuais e coletivos, disponibilizados para interesses exclusivos. Portanto, dentro de minha ótica, fundamentada em cinquenta anos de lida, as teologias, tanto do Candomblé como da Umbanda, são incompatíveis com as normas da Magia do Caos. Querendo um magista do caos adequar as divindades e entidades candomblecistas e umbandistas ao servilismo da Magia do Caos, precisaria ser iniciado nos mistérios de ambos os segmentos, quando, então, verificaria a grandeza da incompatibilidade, e dos riscos, desastrantes, em querer utilizar e confinar forças energéticas numinosas, com vida própria e independentes, aos interesses e às vontades menores dos seres humanos. Todavia, meu conhecimento e empirismo podem estar superados, diante de observações, demonstrações, experiências, e ensinamentos filosóficos, teológicos, imanentes, e transcendentes desvinculados do egocentrismo dominante, do momento atual.
Jáagora, o peregrino.

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