domingo, 24 de janeiro de 2016

Maternidade

Ter ou não ter filhos, abortar ou não abortar, ser aborto pecado ou não ser, são algumas bobagens que discutirei quando for reconhecido que a mulher é, absolutamente, a única responsável pela forma como venha à usar o seu próprio corpo físico, racional, sensitivo, emocional, psíquico, e espiritual. Tenho o mais honesto e profundo respeito por um ser humano chamado mulher. Apaixonei-me diversas vezes, e algumas vezes, por mais de uma mulher, ao mesmo tempo. Foi injusto quando qualificaram-me de mulherengo, porque nunca menti para as mulheres das minhas paixões. Quando apaixonado por duas, três, ou, talvez, até quatro mulheres, simultâneo, todas eram conhecedoras e participantes daquelas circunstâncias de integração apaixonante. É do mais condenável egoísmo a instituição antinatural da monogamia, tanto masculina como feminina. e não estou só nesta teoria filosófica, a começar por Cristian von Ehrenfels, um dos fundadores e precursores da psicologia da Gestalt.
 Áfiar, o bardo.

A Partida

porque minha mãe precisou partir, deveria ser eterna. A senhora sua Mãe partiu porque tinha cumprido o tempo da própria reencarnação, e como ela é eterna, voltou ao espaço Akashico para preparar-se à novas missões e reptos. Vosmecê julga que ela poderia ter ficado mais tempo para ensinar muita gente, mas, quanto tempo, que gente, quanta gente, e ensinar o que? Uma profunda meditação sobre as quatro perguntas acima revelará que os conhecimentos que aquela sábia Senhora transmitiu foram exclusivos para vosmecê, justificado pela responsabilidade maternal envolvida. Outrossim, uma profunda meditação sobre os ensinamentos que lhe foram ministrados pela veneranda Genitora, revelará que, os mesmos, foram integrais, e para serem praticados e ajustados à cada época de sua sempre presente vida. Sentir falta do colo e dos conselhos maternos é o reflexo de uma acomodação emocional adquirida por vosmecê, para justificar o medo do desafio de seguir os exemplos vivenciais daquela mulher forte, dinâmica, justa, amorosa, empática, sofredora, e silenciosa que foi a senhora sua Mãe. Lá no espaço etéreo aonde, agora, vive entre os devas, Mamãe esta aguardando de vosmecê, na razão direta da saudade filial, o assumo do legado para um novo colo e uma nova mestra devida, por vosmecê, aos seus descendentes mais imediatos. Até o próximo encontro no raio violeta na estrada do arco-íris. 
Áfiar, o bardo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Friedrich Wilheim Nietzsche e o Nazismo - Crônica Nietzsche n.001

O pensamento de Nietzsche, chamado, entre outros, de o "discurso filosófico da modernidade", teve inúmeros, diferentes, e contraditórios desdobramentos, desde sua morte, em 1900, até a segunda década deste século 21, e continua tendo, haja visto a presente abordagem.

Um desses segmentos, o mais intencionalmente pernicioso, foi a associação do pensamento nietzscheniano com o nazismo, apresentado como uma legitimação filosófica antecipada de um regime político totalitário.

Primeira conclusão histórica obstante.

A distância cronológica entre o período de vida de Nietzsche e a época da eclosão do movimento nazista.

Nietzsche, nascido em 1844, teve dois falecimentos: o físico, em 1900, aos 55 anos, e outro, em 1889, aos 44 anos, quando da perda completa de suas faculdades mentais.
De 1899 até 1939, data do efetivo começo da guerra expansionista da Alemanha nazista, decorreu meio século de sucessivos acontecimentos geopolíticos imprevisíveis.

Segunda conclusão histórica obstante.

Consequências da Primeira Grande Guerra.

A desencadeadora consequência da Primeira Grande Guerra, ocorrida de 28.07.1914 à 11.11.1918, foi o Tratado de Versalhes, assinado em 28.06.1919, e vigorado a partir de 10.01.1920.
Os encargos exacerbados para o cumprimento das cláusulas do tratado, por parte da vencida Alemanha, criou as condições de exaustão econômica, política, e social que provocaram o fim da República de Weimar e a ascensão de Adolf Hitler ao poder, como o líder máximo e convergente do nazismo alemão.

Terceira conclusão história obstante.

A diretriz ideológica do Nazismo.

O nazismo deve suas origens às influências diretas de dois pensadores políticos, nacionalistas, e populistas de centro-direita: o alemão Johann Gottlieb Fichte e o austríaco Georg Ritter von Schonerer.
O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, tornado a única representação partidária nazista, ao ser fundado e reconhecido, em 1920, proclamou seu "Programa de 25 Pontos", essencialmente de extrema direita, tendo como objetivo político, social, e administrativo a não alternância de poder, o antiparlamentarismo, o pangermanismo, o racismo, o coletivismo, a eugenia, o antissemitismo/antijudaísmo, o anticomunismo, o totalitarismo, e a oposição radical ao liberalismo econômico e político.
Adolf Hitler, ao assumir o poder em 1933, denunciou o Tratado de Versalhes como uma conspiração judaico-comunista para subjugar a Alemanha, traída em uma guerra que lhe favorecia a vitória.
Treze anos após, os, então, governos, dos países signatários do Tratado de Versalhes, compreenderam, tardiamente, o erro cometido com os excessos do montante da dívida de guerra atribuída à Alemanha; entretanto, não tiveram as condições e nem a coragem necessárias para obrigar o cumprimento integral do tratado, até as últimas consequências, diante de um líder determinado e colérico como Adolf Hitler, que, naquele momento, vivia a sua maior glória pessoal, convergindo a indignação da injustiça imposta, e a esperança de reerguimento de todo um povo sofrido, desejoso de se ver, novamente, como uma nação forte, varonil, temida, e soberanamente germânica.

Quarta conclusão histórica obstante.

Elisabeth Forster-Nietzsche, irmã de Nietzsche.

Elisabeth, nascida em 1846, dois anos mais nova, foi muito apegada à Nietzsche até o seu casamento com Bernhard Forster, conhecido nacionalista e antissemita alemão, suicidado, no Paraguai, em 1889, aos 46 anos, no mesmo ano em que Nietzsche perdeu a razão.
Em 1893, Elisabeth retorna à Alemanha, encontrando seu irmão sob os cuidados de Franziska Oehler-Nietzsche, mãe de ambos.
Em 1894, Elisabeth, zelosa com preservação da originalidade do pensamento de Nietzsche, cria o "Arquivo Nietzsche", do qual foram expurgadas as referências do estudo da filosofia de Max Stirner, e as anotações da novela "Os Endemoniados", de Dostoyevski, de quem Nietzsche era declarado admirador; sendo esta a primeira intervenção danosa no acervo cultural de seu irmão.
Em 1897, ocorre o falecimento de Franziska Nietzsche.
De 1897 até 1900, data da morte de Nietzsche, Elisabeth será sua cuidadora física.
De 1897 até 1935, data da sua morte, Elisabeth será a curadora e a editora do acervo literário-filosófico do Arquivo Nietzsche.
A partir de 1914, Elisabeth, então, uma senhora com 68 anos de idade, enfrentará, com todos os demais povos das nações envolvidas no conflito, as desgraças e as misérias da Primeira Grande Guerra.
A partir de 1920, Elisabeth, então, uma idosa com 74 anos de idade, enfrentará, junto com todo povo alemão, durante o governo da Repúblida de Weimar, todas as desgraças, misérias, humilhações, e injustiças impostas à Alemanha vencida, pelo Tratado de Versalhes.
Em 1930, diante da formidável campanha política, para a tomada do poder, abrangendo virulentas acusações infundadas de supostas traições da oligarquia da República de Weimar, e do segmento da minoria do povo alemão de miscigenação judaica, Elisabeth, tanto nacionalista como antissemita, seduzida pelas promessas da hegemonia alemã, proclamadas por Adolf Hitler, aos 84 anos de idade, achando ter tido justificadas razões em defesa de sua própria sobrevivência, se tornou seguidora do Partido Nazista.
Em 1933, quando Adolf Hitler assumiu o poder, Elisabeth, então, com 87 anos de idade, recebeu, do Partido Nazista, considerável apoio econômico e publicitário para que determinadas obras do Arquivo Nietzsche, de interesse do novo governo, fossem divulgadas, por todo o país, o que prejudicou, sobre maneira, a imagem do filósofo, bem como e entendimento do verdadeiro determinismo da filosofia nietzscheniana, junto aos opositores e inimigos do nazismo, durante e depois do fim do regime hitlerista, tanto na Alemanha, como no resto do mundo.
Elisabeth foi uma competente curadora e editora do legado filosófico de Nietzsche, mas não teve escrúpulos em especular os remanescentes manuscritos inéditos de seu irmão, para a edição póstuma do livro intitulado "A Vontade de Poder", no qual foram inseridas questionáveis e repulsivas interpretações teóricas tendenciosas à legitimação filosófica da doutrina política racial do germanismo nazista, e a solução definitiva da limpeza étnica do segmento da minoria do povo alemão de miscigenação judaica, adotadas por Adolf Hitler.

Quinta conclusão história obstante.

A reintegração de Nietzsche

Em 1954, nove anos após o fim da Segunda Grande Guerra, e superada a censura intolerante das autoridades soviéticas, surgiram as primeiras condições mínimas necessárias para que pensadores, de diversas origens e formações, comprometidos com a verdade, pudessem iniciar estudos comparativos das obras e manuscritos originais do Arquivo Nietzsche, cujo resultado foi a denuncia da falaciosa apropriação intelectual feita pelo regime nazista, e a reintegração da verdadeira figura humana, e do autêntico pensamento filosófico de Nietzsche.
Dentre os vários filósofos, que iniciaram a restauração das obras e da imagem de Nietzsche, citamos Gabriel Marcel, Maurice de Gandillac, Giorgio Colli, e, principalmente Mazzimo Montinari, que acusou, diretamente, a impropriedade do livro "A Vontade de Poder", cujos manuscritos que compuseram a obra foram escolhidos e adulterados pela irmã Elisabeht Forster-Nietzsche, com a participação de Johan Peter Gast, amigo íntimo, e traidor póstumo do pensamento do filósofo.

Peroração

A obra de Nietzsche sobreviveu à todas adversidades atraídas pela genialidade única de sua crítica veemente ao estado racional de submissão filosófica e teológica em que se encontrava a sociedade ocidental até o momento contemporâneo da sua consciência.

Todavia, por mais impactante que possa ser, a obra de Nietzsche perdura até agora, nesta época transitória, das mídias globais informatizadas pela internet, porque a crítica do seu pensamento filosófico é de uma fantástica atualidade.

Tudo evolui, inclusive a crise, o conflito, o contraditório, o desejo, o medo, o castigo, a miséria, e a frustração, física, racional, sensitiva, emocional, psíquica e espiritual, do homem eternamente moderno.

Cortijo, Roberto, o Ir.'.




segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Amarração


Quando falamos de amarração, entendo fazer com que determinada pessoa fique ligada à mim contra sua própria vontade.
Se desejo alguém, que haja a reciprocidade da sua mais espontânea manifestação de afeto.
Na amarração sei que esse alguém foi subjugado porque é um fraco.
Não há mérito em se aproveitar de alguém que não tem recursos energéticos para defender suas mais íntimas decisões e preferências.
Se preciso recorrer à amarração é porque, também, sou um fraco, desprovido de qualidades e de idiossincrasias capazes de sedução.
Como diz uma citação mineira: "Sou de quem me quer".
Entretanto, há um aspecto na amarração que deve ser observado: a união compulsória acontecida por motivos cármicos.
Acontecimentos, críticos e conflitantes, de reencarnações passadas, que são projetadas para o presente, na busca do equilíbrio sensitivo e emocional.
Em um jogo de runas, confirmado pelo I Ching, desvendei a situação de um casal, mantido por amarração feita pelo marido, como reflexo inconsciente de uma vida passada, durante a qual, a esposa, então uma jovem de sentimentos controvertidos, abandonou o companheiro, à própria sorte, quando este fora acometido por uma enfermidade fatal, progressivamente degenerativa.
A amarração provocou uma vida de litígios cotidianos insuportáveis, até que eu fosse procurado, para através do xamanismo, tentar verificar os fatores metafísicos daquela infeliz união.
Com a permissão do marido, a talinga foi cortada, e a esposa, diante da revelação do passado, quis manter o casamento porque ela, realmente, amava o esposo.
Tudo na vida tem, as vezes, até mais de dois lados, o que nos aconselha a prudência, a paciência, a pesquisa, a imparcialidade, e, conforme a circunstância, alguma simpatia.
Áfiar, o bardo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Atmosfera de Natal.


Neste Natal convoquei dois arcanjos: o do Poder e o da Sabedoria.
Ao arcanjo do Poder ordenei levar-te, de presente, três pequenos ovos: o ovo da Saúde, do Dinheiro, e do Amor.
Ao arcanjo da Sabedoria ordenei levar-te, de presente, outros três ovos: o ovo da Gratidão, da Caridade, e da Renúncia.
Nos próximos 365 dias, vosmecê poderá quebrar os ovos numa sequência determinada pela sua soberana vontade, mas, até o Natal de 2016, todos os ovos deverão estar quebrados, para que se possa, então, receber, de presente, outros novos ovos.
Qualquer ovo, após um ano, não quebrado, apodrecerá, comprometendo todo o encantamento numinoso.
Sugiro que vosmecê faça uma omete de seis ovos, e seja feliz para sempre.
Feliz Natal, e feliz ano novo.
Até o próximo encontro no raio violeta da estrada do arco-íris.
Áfiar, o bardo.