segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Amarração


Quando falamos de amarração, entendo fazer com que determinada pessoa fique ligada à mim contra sua própria vontade.
Se desejo alguém, que haja a reciprocidade da sua mais espontânea manifestação de afeto.
Na amarração sei que esse alguém foi subjugado porque é um fraco.
Não há mérito em se aproveitar de alguém que não tem recursos energéticos para defender suas mais íntimas decisões e preferências.
Se preciso recorrer à amarração é porque, também, sou um fraco, desprovido de qualidades e de idiossincrasias capazes de sedução.
Como diz uma citação mineira: "Sou de quem me quer".
Entretanto, há um aspecto na amarração que deve ser observado: a união compulsória acontecida por motivos cármicos.
Acontecimentos, críticos e conflitantes, de reencarnações passadas, que são projetadas para o presente, na busca do equilíbrio sensitivo e emocional.
Em um jogo de runas, confirmado pelo I Ching, desvendei a situação de um casal, mantido por amarração feita pelo marido, como reflexo inconsciente de uma vida passada, durante a qual, a esposa, então uma jovem de sentimentos controvertidos, abandonou o companheiro, à própria sorte, quando este fora acometido por uma enfermidade fatal, progressivamente degenerativa.
A amarração provocou uma vida de litígios cotidianos insuportáveis, até que eu fosse procurado, para através do xamanismo, tentar verificar os fatores metafísicos daquela infeliz união.
Com a permissão do marido, a talinga foi cortada, e a esposa, diante da revelação do passado, quis manter o casamento porque ela, realmente, amava o esposo.
Tudo na vida tem, as vezes, até mais de dois lados, o que nos aconselha a prudência, a paciência, a pesquisa, a imparcialidade, e, conforme a circunstância, alguma simpatia.
Áfiar, o bardo.

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