sexta-feira, 7 de julho de 2017

Dizer a verdade.

07.07.2017
Pensamento do dia.
Dizer a verdade é um princípio básico secularizado por todas as civilizações, passadas e presentes.
Dizer a verdade é o primeiro princípio básico não cumprido por todas as civilizações, passadas e presentes.
Cada indivíduo ao dizer uma verdade, estará sempre descrevendo situações e circunstâncias apreendidas, compreendidas, e julgadas de acordo com a capacidade racional e emocional de que é possuído, e o testemunho assim construído será a sua verdade.
Um mesmo acontecimento, terá diversas descrições determinadas pelo ângulo presencial, interesseiro, e inteligente dos seus vários partícipes, e a construção redacional desse episódio será uma colcha de retalhos de verdades ambíguas.
Muitas das verdades proferidas sobre um mesmo caso poderão ser classificadas como duvidosas, ou como mentiras.
Bilhões de inocentes,no decorrer da história da humanidade, foram executados por dizerem verdades, numa versão desafiadora, e num momento socialmente inadequado.
Citarei alguns nomes emblemáticos: Giordano Bruno, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Sócrates, e Galileu Galilei, condenado a prisão domiciliar perpétua.
A verdade é o mistério psicológico mais conflitador entre todos os membros de todas as famílias.
Os genitores omitem verdades dos filhos, estes aprendem os perigos das verdades espontâneas.
A verdade entre irmãos revela os traidores.
A liberdade absoluta da expressão do pensamento é uma falácia testemunhada pelo sangue verdadeiro dos mártires.
O ser humano não é o que pensa, e nem sua representação social.
O ser humano é a sua própria sombra da psique, conservada escondida, e projetada no seu semelhante como uma verdade repulsiva que, no seu íntimo, batalha para sublima-la, porque se reconhece um dissimulado a procura da liberdade do cativeiro das paixões profanas.
A verdade humana é relativa, referencial, transitória, e paradoxalmente uma figura de linguagem.
O ser humano ao filosofar sobre a verdade, precisa, antes, fazer uma introspecção do próprio universo mentiroso, sem o qual sua sobrevivência estará comprometida.
Yaakov, o sefardita.

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