quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Sacrifício de animais no Candomblé.

30.01.2019.
Pensamento do Dia.
Sou candomblecista. 
O Candomblé tem vários segmentos. A maioria deles tem, em seu ritual, o abate de animais, todos comestíveis. Os animais destinados ao abate, devem ser da melhor procedência, na mais perfeita saúde, e que nunca tenham sido maltratados durante sua criação. Antes do abate, deve ser cumprido, rigorosamente, um tempo de preparação, durante o qual o animal deverá ser tratado com a máxima deferência e carinho, porque, o mesmo estará sob a influência energética do Orixá, comandante da gira. Dentro do ritual, o abate é chamado de sacrifício. Pequenas partes específicas do animal são sacrificadas em favor do candomblecista que patrocinou a gira. Das partes restantes, do animal, são preparadas comidas sagradas de orixás, que serão, obrigatoriamente, consumidas pelos participantes da gira. Em termos de criação, abate e consumo, tudo o que ocorre com os animais, no Terreiro de Candomblé, não acontece no mundo profano. Os animais destinados ao abate religioso, são designados, já ao nascer, como sagrados, e são tratados de forma doméstica, criando laços afetivos, para que a indiferença não brutalize a convivência entre os tratadores e o animal eleito. Os animais sagrados são abatidos por um irmão candomblecista especializado, golpeando na região corpórea mais fatal, de maneira mais indolor possível, rápido, limpo, e proferindo orações de agradecimento ao animal sagrado, e ao orixá que direciona o ato ritualístico. Existem outros elementos e componentes adicionais que não justificam sua revelação fora do âmbito religioso.
Sou de um segmento candomblecista, cujas celebrações ritualísticas aboliram a assiduidade do sacrifício de animais sagrados.
Jáagora, o peregrino.

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