terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Filosofia de butequim

https://www.facebook.com/video.php?v=432173316991972&fref=nf

Ao filósofo de botequim, do vídeo, não lhe vi o nome. Capitalismo e socialismo são dois lados da mesma moeda. Qual a terceira alternativa? Os críticos não respondem porque não são pensadores. Como pensador tenho a terceira alternativa: anarquismo. Meus dois grandes amigos, Ninguém e Todo Mundo, foram consultados a respeito. Ninguém esta interessado e Todo Mundo tem medo da responsabilidade de ser livre. A primeira coisa que o anarquismo denuncia é a ditadura teológica, e Ninguém como Todo Mundo não quer abrir mão da esperança consoladora do Jardim de Éden, defendido tanto pelo socialismo como pelo capitalismo. A segunda coisa que o anarquismo denuncia é a ditadura do consumismo, e Ninguém como Todo Mundo não quer deixar de usufruir as delicias cotidianas das novidades efêmeras. A terceira coisa que o anarquismo denuncia é a Internet, e Ninguém como Todo Mundo não quer abrir mão de todas as mídias que sustentam o mundo fantástico das ideologias virtuais em que estamos mergulhados. A quarta coisa que o anarquismo denuncia é tráfico de todas as riquezas passíveis de serem traficadas: narcóticos, armas, prostituição, órgãos humanos, remédios, combustíveis, dinheiros, grãos comestíveis, etc. e Ninguém como Todo Mundo disse desconhecer esta realidade sombria da sociedade. A quinta coisa que anarquismo denuncia é o sistema econômico-financeiro, e Ninguém como Todo Mundo não quer abrir mão das aposentadorias, das rendas de investimento, dos juros das agiotagens, dos jogos de azar, dos aluguéis, do câmbio negro, dos dízimos religiosos. A sexta coisa que o anarquismo denuncia é o sistema tributário, e Ninguém como Todo Mundo não quer abrir mão do direito de delegar ao Estado a responsabilidade de administrar o erário. Citamos apenas seis itens de muitos. O anarquismo é simples, e de tão simples, como são todas as coisas simples, acaba se tornando complicado. Mesmo assim há uma terceira alternativa. 
Áfiar, o bardo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A Prece


Senhor, ao meu passado, teu perdão.
Ao meu presente, misericórdia.
Ao meu futuro, tua providência.   


Senhor, ao meu passado, teu perdão. Por que perdão pelo meu passado? Não terá o meu passado algum mérito? Terei sido tão pusilânime que tenho de pedir perdão por todo meu passado? No passado tive filhos maravilhosos, devo pedir perdão por ter participado da fecundação dessas criaturas divinas? Ao meu presente, tua misericórdia. Por que a misericórdia se a minha luta pela sobrevivência ainda esta em curso, e cuja infelicidade por uma possível derrota poderá não acontecer? Ao meu futuro, tua providência. Por que tua providência, por acaso estarei duvidando da qualidade, do potencial, e do alcance dos recursos físicos, racionais, sensitivos, emocionais, psíquicos, e espirituais com os quais fui agraciado para ser útil? Não posso orar nesses termos porque estaria duvidando de minha origem divina. Áfiar, o bardo.

sábado, 19 de dezembro de 2015

A Minha Religião.


O que vou dizer não precisa ser acreditado porque basta o meu realismo fantástico.
Eu sou um xamã, e como tal sou um monoteísta polimórfico. Cada pessoa que me procura, pedindo meus préstimos, tem uma credulidade específica.
Para que se possa entrar no universo físico-espiritual do paciente, é preciso admitir e aceitar, espontaneamente, o Deus que reside naquele corpo, e que faz do mesmo um templo sagrado.
Cada Deus heterogêneo que encontro nos heterogêneos pacientes é sempre o mesmo Deus.
O mesmo Deus, porém, identificado com nomes e teologias, supostamente, diferentes.
Entretanto, a crise, o conflito, a dor, e o sofrimento do ser humano é uma repetição interminável das consequências dos sempre mesmos erros.
Todos os Deuses, em absoluto todos, são criações humanas, antropomórficas e antropopáticas, e as consequentes religiões são niilistas, preconceituosas, e discriminatórias.
Portanto, o meu Deus e a minha religião é a natureza cósmica, concreta e abstrata, infinita, perene, quântica, com seus atributos e predicados físicos, racionais, sensitivos, emocionais, psicológicos, e espirituais, sem moral, sem ética, sem fé, sem pecado, sem castigo, sem milagres, e sem medo.
O meu objetivo humanitário é o realismo fantástico da presença do sagrado amor incondicional entre mulheres e homens de todas as raças, porque todos tem o mesmo sangue vermelho, a mesma lágrima incolor, e a mesma sepultura.
Áfiar, o bardo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Apenas um Cão.


Cão é cão, apenas, isso.
Entretanto, chamo a atenção para o significado da palavra "apenas".
Entre vários, tem o sentido de "uma maneira exclusiva", ou "que tem a capacidade para excluir os demais".
Eis a temática: um cão tem a capacidade para excluir os demais, porque apenas ele, o cão, com o seu amor, com a sua humildade, e com a sua absoluta fidelidade é a demonstração do numinoso afeto que todo ser humano deveria ter para com o seu semelhante.
Apenas o cão é a comprovação da existência física dos anjos em nossa vida.
Mas, como tudo na vida tem um mas, não podemos esquecer do gato.
O gato é, também, apenas um gato.
Todo ocultista sabe quantas vezes somos salvos porque temos apenas um gato.
Enquanto o cão é um anjo, o gato é um "deva".
Quanto aos parentes e amigos, quase nenhum consegue ser apenas... apenas um.
Todo aquele que diz "apenas um cão", ou "apenas um gato", terá de sofrer muito para chegar a ser "apenas um" unido ao Uno, que mentaliza todos nós.
Afiar, o bardo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A Falsidade.



As pessoas que dizem que são falsas por educação, estão mentindo, porque, na realidade, são educadas por falsidade.
Sou capaz dos revides mais expressivos sem ofender, apenas, ensinando meus oponentes o quanto eles podem estar enganados por desconhecimento, ou o quanto podem ser falaciosos por deformação de caráter.
Exemplo: nas poucas oportunidades que perdi meu tempo escrevendo sobre o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, sempre o tratei como um "apedeuta", "pelego", "populista", três adjetivos verdadeiros.
Entretanto, se a minha noção de verdade ofende, estarei ofendendo, infelizmente.
Contudo, já fui falso, e continuo sendo, não por educação, mas por necessidade de sobrevivência.
Na civilização em que vivemos somos obrigados a usar da “máscara da convivência conveniente”, onde todos procuram ser bonitos, simpáticos, atraentes, receptivos, e bons vendedores de si mesmos, em uma competição desumana, cujo principal produto a ser consumido é o próprio ser humano.
Aquele que se diz ser franco, ignorando a dor que possa causar, não é verdadeiro e nem honesto, e inoportuno, grosseiro e cruel, porque toda verdade é circunstancial e relativa.
Além do mais, existem verdades que são entendidas de forma equivocada.
Exemplo: admiro e aprecio a beleza física, feminina e masculina, como uma condicionante da minha condição de artista plástico, e todas as vezes em que digo, simplesmente, “como vosmecê é bonita ou bonito”, a primeira reação dos elogiados é defensiva, na suposição de que, talvez, estarei pretendendo alguma cousa inconfessável.
Depois ficam constrangidos com a própria precipitação.
Em termos de relacionamento humano estamos em tempos de crise e conflito de identidades.
Portanto, sejamos falsos, ainda que seja por misericórdia e empatia, porque a solidão na família, no trabalho, no templo, no nosocômio, no entretenimento, na multidão, e na necrópole é o maior dos sofrimentos, e o pior dos castigos.
Áfiar, o bardo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Cair e levantar.


Cair, levantar, e seguir em frente é meritório. Porém, visto sem uma análise introspectiva, esse conselho ou exemplo é um eufemismo impróprio em uma sociedade consumista de selvagem competição, onde o virtuoso é símbolo de fraqueza, e o vicioso é o símbolo da força corruptiva. Caiu? Quando caiu? Onde caiu? Como caiu? Por que caiu? Existem quedas temporárias e quedas definitivas. As quedas temporárias ensinam como adequar para conservar situações de vida. As quedas definitivas determinam drásticas transformações na sobrevivência. Nesta nossa civilização contemporânea, existem quedas cotidianas, heterogêneas, previsíveis, imprevisíveis, justas, injustas, e todas irrecuperáveis. Depois da queda, nada será como antes porque esse é o sistema educacional do ser humano. Viver de queda em queda, até a queda terminal no sepulcro da miserabilidade de nossas vidas.
Áfiar, o bardo.

Alteridade Matrimonial.


Todas as vezes em que a mulher, ao olhar para seu cônjuge, julgar o quanto ele teve sorte em ser seu marido, estará dando uma lamentável demonstração de desrespeito para com o seu companheiro, e para consigo mesmo.
Nenhum ser humano, mulher ou homem, é auto suficiente para que possa ser considerado uma sorte de convivência.
Todos são um universo pessoal de idiossincrasias, e a mútua aceitação só é possível entre aqueles que tem consciência da própria alteridade.
Áfiar, o bardo.