terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A Falsidade.



As pessoas que dizem que são falsas por educação, estão mentindo, porque, na realidade, são educadas por falsidade.
Sou capaz dos revides mais expressivos sem ofender, apenas, ensinando meus oponentes o quanto eles podem estar enganados por desconhecimento, ou o quanto podem ser falaciosos por deformação de caráter.
Exemplo: nas poucas oportunidades que perdi meu tempo escrevendo sobre o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, sempre o tratei como um "apedeuta", "pelego", "populista", três adjetivos verdadeiros.
Entretanto, se a minha noção de verdade ofende, estarei ofendendo, infelizmente.
Contudo, já fui falso, e continuo sendo, não por educação, mas por necessidade de sobrevivência.
Na civilização em que vivemos somos obrigados a usar da “máscara da convivência conveniente”, onde todos procuram ser bonitos, simpáticos, atraentes, receptivos, e bons vendedores de si mesmos, em uma competição desumana, cujo principal produto a ser consumido é o próprio ser humano.
Aquele que se diz ser franco, ignorando a dor que possa causar, não é verdadeiro e nem honesto, e inoportuno, grosseiro e cruel, porque toda verdade é circunstancial e relativa.
Além do mais, existem verdades que são entendidas de forma equivocada.
Exemplo: admiro e aprecio a beleza física, feminina e masculina, como uma condicionante da minha condição de artista plástico, e todas as vezes em que digo, simplesmente, “como vosmecê é bonita ou bonito”, a primeira reação dos elogiados é defensiva, na suposição de que, talvez, estarei pretendendo alguma cousa inconfessável.
Depois ficam constrangidos com a própria precipitação.
Em termos de relacionamento humano estamos em tempos de crise e conflito de identidades.
Portanto, sejamos falsos, ainda que seja por misericórdia e empatia, porque a solidão na família, no trabalho, no templo, no nosocômio, no entretenimento, na multidão, e na necrópole é o maior dos sofrimentos, e o pior dos castigos.
Áfiar, o bardo.

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