Existem pessoas que existem para usar as pessoas que existem para serem
usadas. Existem pessoas que existem para serem usadas pelas pessoas que existem
para usa-las. As pessoas que existem para não usar e não serem usadas, como
cousas, por outras pessoas, são as pessoas que existem para fazer as revoluções
que mudam aqueles que serão os novos "usadores", e que conservam aqueles
que continuarão a serem usados. O resto são apenas palavras que, reunidas,
formam os livros que sustentam editores, escritores, livrarias, fabricantes de
papel, camponeses que plantam árvores, caminhoneiros que transportam bobinas,
demais segmentos correlatos, e, finalmente, os leitores, tornados intelectuais
engajados no sistema pelo mundo ideal da liberdade da auto determinação. Até
mesmo nas necrópoles as pessoas são usadas: uns como mortos, outros como
sepulteiros.
Hárifhat, o poeta sufí do
deserto.
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