terça-feira, 10 de novembro de 2015

O exercício do poder é maligno?


Temos sempre de tentar interpretar as pessoas e os grupos.
O primeiro elemento para se compreender uma situação é o discurso do agente, o que diz a respeito daquilo que o próprio agente esta fazendo.
Não é preciso concordar ou discordar, mas o discurso do agente é o principal componente da situação.
O discurso dos inumeráveis agentes da "nova mundial" tem uma grande quantidade de "utopismo humanitário", e estes agentes se consideram fazendo um edificante trabalho, do qual não se pode, precipitadamente, qualificar como sendo uma iniciativa motivada por razões malignas.
Esse "utopismo humanitário" pode até ser objetivamente maligno, embora não sendo subjetivo.
O agente, isto é, o sujeito da ação, pode estar estruturado em uma visão falseada da realidade, e pode, sobre tudo, estar agindo em uma dimensão muito maior do que ele mesmo possa compreender.
É justamento por essa pretensão abusiva que, tanto o sujeito, como a sua ação e o objetivo atingido, podem todos compor uma realidade maligna.
O perigo do desafio dos desmandos do sujeito incapaz, a quem se atribuiu um poder infinitamente superior ao seu horizonte de consciência, é um dos graves fenômenos sociais da contemporaneidade.
Resultante da descoberta, criação, desenvolvimento, e manipulação falaciosa das modernas mídias, o trânsito do poder social aumentou imprevisível e incontrolável, tornando-o, facilmente, passível e possível de se concentrar em mãos de sujeitos incapazes.
O sujeito não deve ser julgado pelo seu idealismo, e nem pela sua má intensão.
Não se precisa de má intensão para se fazer um formidável desastre, é suficiente o sujeito estar lidando com coisas que estão acima de sua própria capacidade ética e moral.
Diante desta realidade, ao sujeito incapaz, mas poderoso, só resta o recurso do uso aviltante da prepotência corruptora, para impor as conclusões e os interesses viciosos da sua limitada e mesquinha visão de si mesmo, e de todos que estão à sua volta.
Sim, o exercício do poder é maligno.
Hárifhat, o poeta sufí do deserto.
Com devida citação ao filósofo Olavo de Carvalho.

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